CAPRA E A SUGESTÃO DE UM NOVO PARADIGMA: O PENSAMENTO SISTÊMICO


Cleverson Amaro de Jesus [1]
            Capra afirma em seu livro Teia da Vida que diante de tantos problemas que estão sendo estudados envolvendo o meio ambiente, estamos sendo conduzidos a acreditarmos que eles já não podem mais se entendidos separadamente. Pois se estes problemas são sistêmicos, logo estão todos interligados. Assim, todos os problemas que estamos enfrentando, sejam eles no âmbito ecológico ou social, precisam ser vistos como várias faces de uma única crise, a crise de percepção. Esta crise de percepção é oriunda do fato de que todos estão acostumados com uma visão atrasada, ou seja, uma visão da realidade que é imprópria para trabalhar com um mundo superpovoado e globalmente interligado.  
            Para que haja uma resolução para os problemas atuais, Capra acredita, tem que haver, indubitavelmente, uma mudança de percepção no nosso pensamento e nos nossos valores. Porém essa mudança precisa ser aderida por todos, uma vez que todos estão dentro de um mesmo sistema, principalmente pelos líderes e os administradores da sociedade. Surge assim um grande desafio: é possível criar comunidades sustentáveis onde podemos satisfazer as nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras? É neste sentido que Capra afirma, corroborando com Thomas Kuhn, que o mundo necessita de uma mudança de paradigma[2].
            Destacando a importância e a repercussão das mudanças de idéias e percepções que ocorreram na física durante as três primeiras décadas do século passado, Capra confirma o quanto estas influenciaram na nossa na visão de mundo.  Assim, desde a visão mecanicista observada por Descartes e Newton, até uma visão holística, ecológica.
            No começo do século 20 as visões de mundo não eram bem aceitas pelos físicos, pois o estudo do mundo atômico e subatômico colocou-se em contato com uma realidade desconhecida e inesperada. O que aconteceu foi que os cientistas ficaram espantados ao perceberem que suas teorias estavam sendo insuficientes para descreve os fenômenos atômicos seus problemas não eram somente intelectuais.
            Neste sentido, surge ecologia profunda que foi apresentada por Capra[3] como novo paradigma. Primeiramente ele distingue entre ecologia rasa e ecologia profunda. “A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano[4]”. Na ecologia rasa, de acordo com Capra, os seres humanos estão situados acima ou fora da natureza, como fonte de todos os valores, atribuindo assim apenas um valor instrumental, ou de ‘uso’, à natureza. Essa ecologia não pode ser tida como ponto de referência para as atitudes humanas, pois se o homem continuar acreditando que está acima dos outros seres (viventes e não viventes) continuará agindo com descuido diante da natureza. A ecologia rasa precisa ser superada. Assim surge a ecologia profunda que não separa seres humanos, ou qualquer outra coisa, do meio ambiente natural, mas passa a ver todos os seres vivos como uma rede de fenômenos que estão interconectados e são interdependentes. “A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da vida[5]”.
A ecologia profunda é a forma mais correta de se pensar, pois tem uma visão de interligação de todos os seres; todos fazem parte da mesma teia da vida. Há uma relação entre todos. Assim, a ecologia profunda é o novo paradigma, também chamado de uma visão holística de mundo que concebe o mundo, como afirmamos, dentro de um todo integrado, e não como várias partes dissociadas. Esta nova visão (paradigma) pode também, segundo Capra, ser denominada visão ecológica, no entanto, para isso, o termo ecológica precisa ser empregado em sentido muito amplo e mais profundo do que estamos acostumados a concebê-lo. 
            Esta nova percepção, ecológica profunda, vê todos os seres, fenômenos e sociedades como todos encaixados nos processos cíclicos da natureza. Torna-se assim uma percepção espiritual ou religiosa, pois quando percebemos o espírito humano como um modo de consciência onde o indivíduo possui uma sensação de pertença, de conexidade, com o todo cósmico, fica mais fácil termos uma reverência diante da natureza e de todos os viventes.  Ainda em relação à ecologia profunda Capra afirma:


A ecologia profunda faz perguntas profundas a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Ela questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte[6].


Esta visão paradigmática envolve abordagens sobre todos os problemas enfrentados pela nossa sociedade. Porém, para que as mudanças de percepções e nas maneiras de pensar aconteçam é necessário haver também uma expansão de nossos valores, uma vez que há, de acordo com Capra, uma conexão entre pensamento e valores. Nesta perspectiva, “ambas as mudanças [grifo nosso] podem ser vistas como mudanças da auto-afirmação para a integração[7]”. Estas duas tendências são aspectos essenciais de todos os sistemas vivos. Nenhuma delas é essencialmente má ou boa. O que faz com que uma coisa seja boa é o equilíbrio dinâmico; e por outro lado, o que torna uma coisa insalubre ou má é o desequilibro, ou seja, a ênfase excessiva em uma das tendências em detrimento da outra. Assim, percebemos que na nossa sociedade está sendo enfatizado em excesso as tendências auto-afirmativas enquanto que as integrativas estão sendo descuidadas.
Em relação aos aspectos diferentes de vermos a realidade, principalmente as noções de que vemos como opostas, o pensador Leonardo Boff utiliza os termos sim-bólico[8] e dia-bólico[9] que estão presentes na estruturação da natureza. Estes princípios nunca se anulam ou suplantam um ao outro, mas convivem em equilíbrios difíceis, dando dinamismo à vida. Segundo Leonardo Boff “(...) dia-bólico e sim-bólico são princípios estruturadores da natureza e do cosmos, dos comportamentos sociais e da própria natureza humana[10]”. Assim de acordo com Capra e Boff percebemos que a lógica do universo e de todos os seres neles existentes é esta: “organização – desorganização – interação – reestruturação – nova organização. Nunca há equilíbrio estático, mas dinâmico e sempre por fazer. Sempre há eco-evolução. A virtude principal não é a estabilidade, mas a capacidade de criar estabilidades novas a partir de instabilidades[11]”. Assim, percebemos que o sim-bólico se refaz e se reestrutura continuamente na medida em que se confronta, integra e eleva em níveis mais altos o dia-bólico que carrega sempre dentro de si. Diante do que vimos, fica evidente que tanto nos nossos pensamentos como nos valores é muito construtivo colocarmos as tendências opostas lado a lado.
Durante o século 20 observamos a mudança ocorrida do paradigma mecanicista para o ecológico. Esta mudança ocorreu de diversas maneiras, freqüências e velocidades e nos mais variados campos das ciências. Essas mudanças envolvem revoluções científicas, tecnológicas e novas percepções que surgiram.
Atualmente percebemos a ascensão do pensamento sistêmico que enfatiza a concepção dos organismos vivos como totalidades integradas. A partir dessa visão sistêmica busca-se a ênfase no todo, não que isso signifique esquecer as partes, mas sim, que o todo é maior do que apenas a soma das partes.
A principal característica do pensamento sistêmico emergiu simultaneamente em várias disciplinas na primeira metade do século 20, mais precisamente na década de 1920. Os pioneiros do pensamento sistêmico foram os biólogos, posteriormente este pensamento recebeu a contribuição da psicologia de Gestalt e da nova ciência da ecologia, mas foi na física quântica onde exerceu, talvez, os efeitos mais dramáticos.
Para que entendamos como ocorreu essa mudança de paradigma, faremos uma construção epistemológica da ascensão do pensamento sistêmico. Assim, primeiramente, veremos a biologia que é a ciência que estuda a estrutura, o funcionamento, a evolução, a distribuição e as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente, bem como as moléculas de todos os seres vivos. Ao longo de toda a história da biologia houve uma tensão entre mecanismo e holismo. Isso advém da antiga dicotomia entre substância[12] e forma[13]. A forma biológica, segundo Capra, é mais do que um molde, mais do que uma configuração estática de componentes num todo. Através de um organismo vivo, há um fluxo contínuo de matéria, embora sua forma seja mentida. Há evolução, desenvolvimento. Neste sentido, o entendimento da forma biológica está inextricavelmente ligado ao entendimento de processos metabólicos e associados ao desenvolvimento.
No princípio da filosofia e da ciência ocidentais, “(...) os pitagóricos distinguiam ‘número’, ou padrão, de substância, ou matéria, concebendo-o como algo que limita a matéria e lhe dá forma[14]”.
Aristóteles considerado o primeiro biólogo da tradição ocidental, também fez a distinção entre matéria e forma, no entanto, ao mesmo tempo, ligava ambas por meio de um processo de desenvolvimento. Aristóteles, ao contrário de Platão, acreditava que a forma era imanente à matéria, assim, não tinha existência separada. A matéria não poderia existir separadamente da forma. De acordo com Aristóteles, a matéria contém a natureza essencial de todas as coisas, no entanto, apenas como potencialidade.  Por meio da forma, a essência torna-se real, ou efetiva. Segundo Capra, Aristóteles chama o processo de auto-realização da essência nos fenômenos efetivos de enteléquia (“auto completude”). É um processo de desenvolvimento, um impulso em direção à auto-realização plena. “Matéria e forma são os dois lados desse processo, apenas separáveis por meio da abstração[15]”.

 Mecanicismo Cartesiano
A visão de mundo baseada na filosofia aristotélica e na teologia cristã mudou radicalmente nos séculos 16 e 17.  A noção, até então tida, de um universo orgânico, vivo e espiritual foi substituída pela noção de mundo como sendo uma máquina, e isso tornou-se a metáfora dominante da era moderna. Essa mudança radical foi realizada pelas novas descobertas em física, astronomia e matemática, conhecida como Revolução Científica e associadas aos nomes de Copérnico, Galileu, Descartes, Bacon e Newton.
René Descartes[16] criou o método do pensamento analítico que incide em dividir fenômenos complexos em pedaços no intuito de compreender o comportamento do todo a partir das propriedades das suas partes. A concepção cartesiana da natureza está baseada na divisão fundamental de dois domínios independentes e separada – o da mente e o da matéria. “O universo material, incluindo os organismos vivos, era uma máquina para Descartes, e poderia, em princípio, ser entendido completamente analisando-o em termos de suas menores partes[17]”. 
            A estrutura conceitual desenvolvida por Galileu e Descartes – “o mundo como uma máquina perfeita governada por leis matemáticas exatas[18]” – foi complementado por Isaac Newton, cuja grande síntese, a mecânica newtoniana, foi a realização que coroou a ciência do século 17. Na biologia, o maior sucesso do modelo cartesiano foi aplicação deste ao fenômeno da circulação sangüínea, por Willian Harvey. Esta experiência fez com que os fisiologistas da época tentassem aplicar o modelo mecanicista para descreverem outras funções somáticas, como a digestão e o metabolismo. No entanto essas tentativas não foram muito produtivas, pois os fenômenos que os fisiologistas tentavam explicar envolviam processos químicos, até então desconhecidos, e não podiam ser descritos em termos mecânicos. Esta situação mudou expressivamente, quando Antoine Lavoisier, o “pai da química moderna”, no século 18, evidenciou que a respiração é uma forma especial de oxidação confirmando, assim, a grande importância dos processos químicos no funcionamento dos organismos vivos. 
            Diante da nova ciência da química, os modelos mecânicos de organismos vivos foram, em grande parte, superados, mas, no entanto, a essência da idéia cartesiana resistiu. Os animais ainda eram tidos como máquinas, ainda que muito mais complexos do que um conjunto de peças, envolvendo difíceis processos químicos. Neste sentido, o mecanismo proposto por Descartes foi anunciado no dogma segundo o qual os princípios da biologia podem, assim, ser restringidos aos da física e aos da química.
            Na segunda metade do século 19, o recém-aperfeiçoado microscópio trouxe avanços extraordinários em biologia. Este século é conhecido pelo estabelecimento do pensamento evolucionista, pela formulação da teoria das células, o começo da moderna embriologia, a ascensão da microbiologia e a descoberta das leis da hereditariedade. “Essas novas descobertas alicerçaram firmemente a biologia na física e na química, e os cientistas renovaram seus esforços para procurar explicações físico-químicas da vida[19]”. 
            As pesquisas realizadas em microbiologia[20] ficaram conhecidas através de Luis Pasteur, cujas formulações produziram um impulso duradouro na química, na biologia e na medicina. Pasteur estabeleceu o papel das bactérias em certos processos químicos, assentando, assim, os embasamentos da nova ciência da bioquímica, e corroborando que há uma conexão entre “germes” (microorganismos) e doenças.
            A nova ciência da bioquímica avançou constantemente estabelecendo, entre os biólogos, a firme crença de que todas as propriedades e funções dos organismos vivos seriam finalmente explicadas em termos de leis químicas e físicas. Assim, os triunfos[21] da biologia no século 19, constituíram o entendimento mecanicista da vida como um firme dogma entre os biólogos. No entanto, eles traziam dentro de si as causas da nova onda de oposição, a escola conhecida como organísmica, organicismo. Ainda que a biologia celular fizesse enormes desenvolvimentos na apreensão das estruturas e das funções de muitas das subunidades, ela permaneceu, em grande grau, ignorante das atividades coordenadoras que integram essas operações no funcionamento da célula como um todo.

 O Pensamento Sistêmico

            As concepções dos biólogos organísmicos durante a primeira metade do século ajudaram a criar uma nova maneira de pensar; surgiu assim o pensamento sistêmico. De acordo com a essa visão sistêmica, ”(...) as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são propriedades do todo, que nenhuma das partes possui[22]”. Elas surgem das interações e das relações que ocorrem entre as partes. Quando o sistema é dissecado essas propriedades são destruídas, física ou teoricamente, ou seja, tornam-se elementos isolados. Ainda que possamos descobrir partes particulares num sistema, essas partes não são isoladas, e a natureza do todo é sempre diferente da mera soma de suas partes.
            A manifestação do pensamento sistêmico representou uma intensa conflagração na história do pensamento científico ocidental.

A crença segundo a qual em todo sistema complexo o comportamento do todo pode ser entendido inteiramente a partir das propriedades de suas partes é fundamental no paradigma cartesiano. Foi este o célebre método de Descartes do pensamento analítico, que tem sido uma característica essencial do moderno pensamento científico. Na abordagem analítica, ou reducionista, as próprias partes não podem ser analisadas ulteriormente, a não ser reduzindo-as a partes ainda menores[23].

 
De fato, a ciência ocidental tem avançado dessa maneira, e assim vão surgindo níveis de constituintes fundamentais que não podem ser analisado posteriormente. Indubitavelmente, o grande impulso ocorrido com a ciência do século 20 foi a concepção de que os sistemas não podem ser entendidos por análises. Os atributos das partes não são propriedades inseparáveis, mas só podem ser atingidos dentro do conjunto do todo mais amplo. Nesta perspectiva, a relação entre as partes e o todo foi revertida. Através da abordagem sistêmica, as propriedades das partes podem ser entendidas somente a partir da organização do todo. Sendo assim, “(...) o pensamento sistêmico concentra-se não em blocos de construção básicos, mas em princípios de organização básicos. O pensamento sistêmico é ‘contextual’, o que é o oposto do pensamento analítico. A análise significa isolar alguma coisa a fim de entendê-la; o pensamento sistêmico significa colocá-lo no contexto de um todo mais amplo[24]”.

Física Quântica

            A nova concepção onde os sistemas são entendidos totalidades integradas, não podendo assim ser apreendidos por análise, causou um choque maior na física do que propriamente na biologia. A partir de Newton, “(...) os físicos têm acreditado que todos os fenômenos físicos podiam ser reduzidos às propriedades de partículas materiais rígidas e sólidas[25]”. No entanto, nos anos de 1920, esses físicos foram forçados pela teoria quântica a aceitar que os objetos materiais sólidos da física clássica se diluídos, no nível subatômico, em padrões de possibilidades semelhantes a ondas[26]. Assim, Capra afirma:


(...) esses padrões não representam probabilidades de coisas, mas sim, probabilidades de interconexões. As partículas subatômicas não têm significado enquanto entidades isoladas, mas podem ser entendidas somente como interconexões, ou correlações, entre vários processos de observação e medida. Em outras palavras, as partículas subatômicas não são ‘coisas’, mas interconexões entre coisas, e estas, por sua vez, são interconexões entre outras coisas, e assim por diante. Na teoria quântica, nunca acabamos chegando a alguma ‘coisa’; sempre lidamos com interconexões[27].

Vemos que a física quântica mostra que não podemos analisar o mundo transformando-o em unidades que existam de maneira independente. Isso é perceptível quando mudamos nossa atenção dos objetos macroscópicos para os átomos e partículas subatômicas. A natureza já não nos mostra, nesta perspectiva, blocos isolados, mas aparece-nos como uma complexa teia de relações entre as diversas partes de um todo integrado.
A Psicologia da Gestalt e a Ecologia

Cabe aqui destacarmos a contribuição dos psicólogos alemães da Gestalt para o desenvolvimento do pensamento sistêmico. Esses psicólogos liderados por Max Wertheimer e por Wolfgang Köhler, reconheceram a existência de totalidades irredutíveis como o aspecto-chave da percepção. Eles afirmavam que “(...) os organismos vivos percebem coisas que não são em termos de elementos isolados, mas como padrões perceptuais integrados – totalidades significativamente organizadas que exibem qualidades que estão ausentes em suas partes[28]”. A noção de padrão sempre esteve presente nos escritos dos psicólogos da Gestalt, que utilizavam a analogia de um tema musical que pode ser colocado em diferentes escalas, no entanto, conserva suas características essenciais.
Indubitavelmente, a escola Gestalt proporcionou contribuições substanciais à psicologia, principalmente no que se refere ao estudo da aprendizagem e da natureza das associações. No decorrer dos anos 60, a abordagem holística da psicologia deu origem a uma escola correspondente de psicoterapia conhecida como terapia da Gestalt, que realçava a integração de experiências pessoais em totalidades significativas.
Como exemplo de adesão ao pensamento nas totalidades, Capra lembra que na década de 20, na Alemanha, tanto a biologia organísmica como a Psicologia de Gestalt faziam parte de uma tendência intelectual mais ampla, conhecida como um movimento de protesto contra a fragmentação e a alienação crescentes da natureza humana. Toda cultura da República de Weimar, Alemanha, era caracterizada por uma perspectiva antimecanicista[29]. A biologia organísmica, a psicologia geral dos sistemas, todas elas, cresceram a partir dessa nova visão holística.  
Assim, como os biólogos organísmicos encontraram uma totalidade nos organismos, os físicos quânticos em fenômenos atômicos e os psicólogos da Gestalt na percepção, os ecologistas a encontraram em seus estudos sobre comunidades animais e vegetais. A nova ciência da ecologia[30] surgiu a partir da escola organísmica de biologia durante o século 20, quando os biólogos começaram a estudar comunidades de organismos.
Como no princípio a linguagem dos ecologistas estava muito próxima da biologia organísmica, era normal haver comparações entre comunidades biológicas e organismos. Isso fez com que, desde o começo da ecologia, as comunidades ecológicas fossem “(...) concebidas como reuniões de organismos conjuntamente ligados à maneira de rede por intermédio de relações de alimentação[31]”. Essa idéia foi exposta nos escritos dos naturalistas do século 20, e, quando, na década de 1920, as cadeias alimentares e os ciclos de alimentação começaram a ser estudados, logo se estenderam até a concepção contemporânea de teias alimentares. 
Á medida que a concepção de rede ia se tornando cada vez mais relevante na ecologia, os pensadores sistêmicos começaram a utilizar modelos de rede em todos os níveis dos sistemas, considerando os organismos como rede de células, órgãos e sistemas de órgãos, assim como os ecossistemas são entendidos como rede de organismos individuais. Correlativamente, os fluxos de matéria e de energia através dos ecossistemas eram percebidos como o prolongamento das vias metabólicas através dos organismos.
A visão de sistemas vivos como redes nos dão um novo ponto de vista sobre as chamadas hierarquias da natureza. A partir do momento em que considerarmos os sistemas vivos, em todos os níveis, como redes devemos conceber a teia da vida como sistemas vivos (redes) interagindo à maneira de rede com outros ecossistemas (redes). Assim, a teia da vida consiste em redes dentro de redes. Quando pensamos em sistemas, tendemos a arranjá-los dentro de sistemas maiores (num sistema hierárquico) colocando os maiores acima dos menores, como uma pirâmide. De acordo com Capra, isso é uma projeção humana, pois, na natureza, não há “acima” ou “abaixo”, e não há hierarquias. Há somente redes aninhadas dentro de outras redes.
Nestas últimas décadas, a perspectiva de rede tem-se tornado cada vez mais fundamental na ecologia. Esta concepção foi a chave para os recentes avanços na compreensão científica não apenas dos ecossistemas, mas também da própria natureza  da vida.  Assim, muitos pensadores elaboraram concepções para se pensar no todo como uma maneira de cuidar das partes, uma vez que todas pertencem à mesma teia da vida. Desta maneira o pensador Leonardo Boff também utiliza desta nova perspectiva de pensamento para fazer com que tomemos consciência de nossa “comunhão” com todos os seres, bem como com toda e qualquer forma de vida.


 LEONARDO BOFF E A VISÃO GLOBAL DE UMA ECOLOGIA LIBERTADORA


A terra está ameaçada, doente. Diante desse problema Boff faz duas constatações: a primeira é que nesta perspectiva em que estamos o ser mais ameaçado é o pobre, a solidariedade é praticamente inexistente. Quem tem condições de ajudar aos menos favorecidos pela sorte, não os ajuda.  A segunda constatação é a de que as espécies de vida correm semelhantes ameaça. Estamos enfrentado uma crise que significa a quebra de uma concepção de mundo. O que antes era evidente, agora se torna assunto, está em discussão.
A concepção de mundo indiscutível era de que tudo deve girar em torno da idéia de progresso. Este progresso se move entre dois infinitos: o infinito dos recursos da Terra e o infinito do futuro. Neste sentido, Boff afirma:


Pensava-se que a Terra era inesgotável em seus recursos e podíamos progredir indefinidamente na direção do futuro. Os dois infinitos são ilusórios. A consciência da crise reconhece: os recursos têm limites, pois nem todos são renováveis; o crescimento indefinido para o futuro é impossível, porque não podemos universalizar o modelo de crescimento para todos e para sempre[32].


Por exemplo, se a china quisesse propiciar à suas famílias o mesmo número de automóveis que os EUA propiciam às suas, ela se transformaria num imenso estacionamento poluído. Nada se moveria. Segundo Boff[33] o modelo de vida e sociedade que foi projetado, pelo menos nos últimos 400 anos, hoje não procede, está em crise, decadência. Enquanto o pensamento for o de acumular meios de vida e riquezas materiais, sem pensar nas gerações que virão procurando o máximo de benefício com o mínimo de investimento e no mais curto prazo de tempo possível, não haverá uma tomada de consciência. Diante da realidade, assim, a visão que o homem terá é a de que ele é um ser sobre as coisas e não como um ser junto com as coisas, “(...) membro de uma comunidade maior, planetária e cósmica[34]”.
Diante dessa falta de consciência as conseqüências refletem na natureza podendo causar efeitos irreversíveis tanto nesta quanto na vida humana. Essas conseqüências tendem a aumentar se a situação não for repensada, pois já estão gerando conflitos generalizados em conseqüência das desigualdades sociais no nível planetário.
Este contexto dramático, a ecologia está sendo evocada. Os ecólogos, que antes não eram ouvidos, agora ocupam a cena ideológica, científica, política, ética e espiritual. A ecologia na concepção de seu primeiro fundador, Ernst Haeckel[35] “é o estudo do inter-retro-retro-relacionamento de todos os sistemas vivos e não-vivos entre si e com o seu meio ambiente[36]”.  Ela não estuda o meio ambiente ou os seres vivos em si mesmos. Mas sim a interação e a inter-relação que há entre todos. “Isso é o que forma o meio ambiente[37]”. Neste sentido, o que se visa não é o meio ambiente, mas o ambiente inteiro, pois, um ser vivo não pode ser concebido isolado ou como um mero representante de sua espécie, mas deve ser visto sempre em relação ao conjunto das condições vitais que o constituem e no equilíbrio com todos os demais representantes da comunidade dos viventes em presença. Esta concepção fez com que a ciência deixasse os laboratórios e fosse para o “meio da natureza”, convivendo e formando uma comunidade ecológica com ela e com todos. Percebemos, assim, que há uma tentativa de recuperar uma visão global da natureza e dentro dela as espécies e seus representantes individuais.
Nesta perspectiva que “(...) a ecologia é um saber das relações, interconexões, interdependências e intercâmbios de tudo com tudo em todos os pontos e em todos os momentos[38]”. É por isso que não podemos definir a ecologia em si mesma, fora de suas implicações com outros saberes, pois não é um saber de objetos de conhecimento, mas de relações entre os objetos de conhecimento. É um saber de saberes, entre si relacionados.
 A Crise Ecológica
            Na tentativa de melhorar a condição humana houve um declínio na qualidade de vida. O sonho de crescimento ilimitado produziu o subdesenvolvimento de dois terços da humanidade, o prazer em utilizar os recursos da Terra ocasionou a exaustão dos sistemas vitais e a desintegração do equilíbrio ambiental. “Tanto no socialismo quanto no capitalismo se corroeu a base da riqueza que é sempre a Terra com seus recursos e o trabalho humano[39]”. Devido aos avanços tecnológicos, informatização e robotização, o trabalho e a criatividade são dispensados e os trabalhadores cada vez mais explorados.            
            Diante desses problemas vemos a necessidade de entrar num processo de mudança de paradigma. De acordo com Boff[40], essa mudança precisa ser dialética, ou seja, assumir tudo o que é assimilável e benéfico do paradigma da modernidade e utilizar para melhorarmos a situação ecológica e social. Este paradigma, por um lado, não é novo, pois sempre existiu nas culturas humanas, mesmo dentro do paradigma hegemônico da modernidade, outro tipo de relação pa5ra com a natureza, mais benevolente e integrador, embora não fosse preponderante. Por outro lado, em termos relativos, é uma atitude nova, pois em relação ao paradigma vigente e hegemônico, o paradigma emergente é de natureza diversa. Assim, neste sentido, este pensamento apresenta-se como relativamente novo e tem por objetivo ser universalmente.
Para entendermos a aplicação de um paradigma “libertário” faz-se mister entendermos o conceito deste e como Boff trabalha com este conceito. Segundo Leonardo Boff, Thomas Kuhn, em seu livro sobre a Estrutura das Revoluções Científicas, atribui dois sentidos ao conceito paradigma. O primeiro significado, e mais amplo, tem a ver com “(...) toda uma constelação de opiniões, valores e métodos, etc. participados pelos membros de uma determinada sociedade, fundando um sistema disciplinado mediante o qual esta sociedade se orienta a si mesma e organiza o conjunto de suas relações[41]”. O segundo mais estrito, deriva-se do primeiro e significa “(...) os exemplos de referência, as soluções concretas de problemas, tidas e havidas como exemplares e que substituem as regras explícitas na solução dos demais problemas da ciência normal[42]”.
Para trabalhar com paradigma Leonardo Boff opta pelo primeiro sentido, ou seja, paradigma como uma maneira organizada, sistemática e coerente de nos relacionarmos com nós mesmos e com tudo o que está à nossa volta. Neste sentido, trata-se de modelos e padrões de apreciação, de explicação e de ação sobre a realidade.
Leonardo Boff[43] contextualiza o modo de associarmo-nos à realidade natural e social, pois cada cultura tem uma maneira de interpretar e interferir na natureza e na História. O modo como agimos diante da natureza e história é apenas um entre outros. Por isso temos que tomar cuidado para não monopolizarmos nossa compreensão. É neste sentido que reconhecemos que a ciência e a técnica são práticas culturais como outras e, assim, limitadas, variando de acordo com cada cultura.
Uma sugestão para não ficarmos em nossa visão solipsística acer5ca da realidade é o diálogo com outras teorias (visões de mundo). O intuito desse diálogo seria compreender e modificar nossa relação com o universo. De acordo com Boff é desta prática (diálogo) que “(...) nasceu a ciência moderna como um estar sobre a natureza para conhecê-la e a técnica como operação para modificá-la[44]”. Uma das características da nova ciência moderna é negar outras formas de diálogos com a natureza como, por exemplo, o senso comum, a magia e a alquimia. Esta ciência moderna chegou até a negar, de acordo com Boff, sua própria natureza quando desconheceu sua complexidade supondo que seria regida por um pequeno número de leis simples e imutáveis (Newton e também Einstein). 
No entanto, o próprio diálogo experimental levou a crise e evoluções. O contato com a natureza abriu a indagações e a novas questões; começamos a perguntar quem somos e a que título nós participamos da evolução global do cosmos. O nosso diálogo com o universo não se faz somente pela via experimental da tecnociência, mas também no diálogo e apropriação de outras formas de acesso à natureza. O desafio que devemos ter é sabermos que todas as versões que as culturas deram sobre o mundo podem nos ajudar a conhecer mais e a preservar melhor a nós mesmos e ao nosso habitat. Todos estão num processo de diálogo e interação com o universo. Assim, todos produzem informações e todos podem aprender uns dos outros.




[1] Graduado em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Filosofia – Curitiba - PR. Bacharelando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Trabalha como agente de Pastoral na rede particular de ensino.
[2] De acordo com Edgar Morin, Kuhn, na 1.ª edição de seu livro A estrutura das revoluções científicas, afirma que “o paradigma é constituído pelas descobertas científicas universalmente reconhecidas, as quais, durante algum tempo, fornecem a um grupo de pesquisadores problemas padrão e soluções. Na segunda edição, o paradigma adquire um sentido sociologizado e torna-se ‘o conjunto das crenças, dos valores reconhecidos e das técnicas comuns aos membros de um determinado grupo’”. In: MORIN, E. O método 4. As idéias: habitat, vida, costumes, organização. Trad. Juremir Machado da Silva. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2005. p. 259.
[3] CAPRA, op. cit., p.25.
[4] Definição feita pela escola filosófica fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess no início da década de 70. In: CAPPRA, F., op. cit., p. 25.
[5] Ibid.,  p. 25. 
[6] Id., p. 26
[7] CAPPRA, F. op. cit., p.27.
[8] Símbolo/sim-bólico provém de symbállein ou symbbállesthai. Literalmente significa: lançar (bállein) junto (syn). O sentido é lançar as coisas de tal forma que elas permaneçam juntas. Num processo complexo significa re-unir as realidades, congregá-las a partir de diferentes pontos e fazer convergir diversas forças num único feixe.
[9] Dia-bólico provém de dia-bállein. Literalmente significa: lançar coisas para longe, de forma desagregada e sem direção; jogar fora de qualquer jeito. É o oposto de sim-bólico. É tudo o que desconcerta, desune, separa e opõe.
[10] BOFF, L. O despertar da águia: o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 13.  
[11] BOFF, L. op. cit., p. 19.
[12] Entendida aqui como composta de matéria, estrutura e quantidade.
[13] Entendida aqui como padrão, ordem e qualidade.
[14] CAPPRA, F. op. cit., p. 33.
[15] Ibid., p. 34.
[16]  René Descartes (1596-1650). Filósofo e matemático francês. Depois de terminar o curso de humanidades no Colégio de Flecha, matricula-se na Faculdade de Direito na Universidade de Poitiers, onde se forma em 1616. Sua primeira obra foi Regras para a direção do Entendimento, escrita em fins da década de 1620. Deixada incompleta, foi publicada postumamente em 1701. Em 1632 escreve o tratado O Mundo, onde expõe uma teoria sobre a origem e o funcionamento do sistema solar. No ano de 1637 reúne uma seleção das suas teorias científicas em O Dióptrico, os Meteoros e a Geometria. Acrescentou como introdução filosófica uma das duas obras que maior influência teve sobre o decurso histórico da filosofia: Discurso sobre o Método e Meditações sobre a Filosofia Primeira. Em 1644 publica Os Princípios da Filosofia e, em 1649 As Paixões da Alma. In: GILES. T. R, op. cit., p. 183. 
[17] CAPPRA, F., op. cit., p. 34.
[18] Ibid.,  p. 35.
[19] Id., p. 37.
[20] Um novo campo que revelou uma riqueza e uma complexidade insuspeitadas de organismos microscópicos vivos.
[21] Por triunfos, entendem-se os avanços e as novas descobertas como a teoria das células, embriologia e microbiologia.
[22] CAPPRA, F. op. cit., p. 40.
[23] Ibid., p. 41.
[24] Id., p. 41.
[25] Id., p. 41.
[26] Esta observação foi feita pelo autor do livro Teia da Vida Fritjof Capra.
[27] CAPPRA, F. op. cit., p. 41.
.
[28]  CAPPRA, F. op. cit., p. 42.
[29] Capra (1996) em seu livro Teia da Vida, p. 43, utiliza a expressão “fome por totalidade”, ao referir-se à cultura da República de Weimar, Alemanha diante da nova perspectiva de pensamento.
[30] Ecologia – palavra proveniente do grego oikos (“lar”) – é o estudo do Lar Terra. Mais precisamente, é o estudo das relações que interligam todos os membros do Lar Terra. O termo foi introduzido em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, que o definiu como ‘a ciência das relações entre o organismo e o mundo externo circunvizinho’. In: CAPRA, F., op. cit., p. 43.
[31]  Ibid.,  p. 44.
[32] BOFF, L. Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. p. 15.  
[33] BOFF, L., op. cit., p. 15.
[34]  BOFF, L. Op. cit., p. 16.
[35] Ernst Haeckel nasceu em 1834, Potsdam e faleceu em 1919, Iena. Renomado zoólogo e embriologista alemão. Deixou trabalhos importantes em embriologia comparada. Defensor de Darwin, formulou a “lei genética fundamental”.  LAROUSSE, Dicionário Enciclopédico Ilustrado Veja. Vol. 8. São Paulo: 2006. p.1270.
[36]  Allgemeine Entwicklungsgeschichte de,  Berlin, 1868, apud Boff, L. In: BOFF, L., op. cit., p. 16.
[37] De acordo com Leonardo Boff, esta expressão foi cunhada em 1800 pelo dinamarquês Jens Baggesen e introduzida no discurso biológico por Jakob von Uexküll (1864-1944).
[38] BOFF, L. op. cit., p. 17.
[39] Ibid., p. 23.
[40] Id., p. 23.
[41] Id., p. 25.
[42] Esta definição Boff tirou da edição inglesa da University Chicago Press, Chicago, 1970. [p.175;182; 187]. In: BOFF, L., op. cit., p. 25. 
[43] Ibid., p. 25.
[44] Id., p.  26.


REEFERÊNCIA


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